quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Crônica: Deficiência mental e pai exemplar

Saio todas as tardes para caminhar, e, frequentemente, me deparo com uma dupla de pai e filho que andam lado a lado: o filho um moço de aparentemente 20 anos, e o pai um senhor de seus 60 anos, para mais. O pai agarra a camiseta do moço e vai conversando com ele, com os cachorros, cumprimentando as pessoas... Não raramente, os dois são vistos no centro da cidade também, e não apenas nas ruas do bairro onde mora, o mesmo onde resido. Sempre me perguntava: por que caminham tanto? Não importa o tempo: seja frio, seja calor. Um dia desses, enquanto esperava para ser atendida em um consultório, peguei uma revista para passar o tempo e me surpreendi com uma homenagem a esse pai. O filho tem 23 anos de idade cronológica e idade mental de 03 anos. O pai trata-se de um diretor aposentado. Para que o filho consiga relaxar, dormir e não ter crises de convulsão, é guiado pelo pai horas a fio, acompanhados do cachorro da família, pelas ruas da cidade. Ontem os vi novamente, e fiquei refletindo sobre o destino e o amor desse pai. Percebi que ele faz esse ritual com amor e alegria, é simpático com as pessoas e com os animais, tem uma atitude positiva diante da vida. E cheguei à seguinte conclusão: por muito menos, desistimos de lutar ou nos lamentamos, transformando os problemas em obstáculos, e não em motivo para viver, como o faz esse pai exemplar. Essa dupla nos dá uma grande lição de vida!


Autoria: T. N. S.

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