Saio todas as tardes para caminhar, e, frequentemente, me
deparo com uma dupla de pai e filho que andam lado a lado: o filho um
moço de aparentemente 20 anos, e o pai um senhor de seus 60 anos, para mais. O
pai agarra a camiseta do moço e vai conversando com ele, com os cachorros,
cumprimentando as pessoas... Não raramente, os dois são vistos no centro da
cidade também, e não apenas nas ruas do bairro onde mora, o mesmo onde resido.
Sempre me perguntava: por que caminham tanto? Não importa o tempo: seja frio,
seja calor. Um dia desses, enquanto esperava para ser atendida em um
consultório, peguei uma revista para passar o tempo e me surpreendi com uma
homenagem a esse pai. O filho tem 23 anos de idade cronológica e idade mental
de 03 anos. O pai trata-se de um diretor aposentado. Para que o filho consiga
relaxar, dormir e não ter crises de convulsão, é guiado pelo pai horas a fio,
acompanhados do cachorro da família, pelas ruas da cidade. Ontem os vi
novamente, e fiquei refletindo sobre o destino e o amor desse pai. Percebi que
ele faz esse ritual com amor e alegria, é simpático com as pessoas e com os
animais, tem uma atitude positiva diante da vida. E cheguei à seguinte
conclusão: por muito menos, desistimos de lutar ou nos lamentamos,
transformando os problemas em obstáculos, e não em motivo para viver, como o
faz esse pai exemplar. Essa dupla nos dá uma grande lição de vida!
Autoria: T. N. S.
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